quinta-feira, 5 de abril de 2007

Observatório da Imprensa - Tecnologia e o futuro dos livros



Em locais secretos e utilizando métodos secretos, os seres humanos vêm copiando uma enorme quantidade de livros para o Google, a maior empresa mundial de busca na internet.


O Google não divulga números precisos, mas o principal engenheiro do projeto, Daniel Clancy, dá pistas para uma estimativa sensata: o contrato que o Google tem com uma única universidade, a de Berkeley, estipula que esta deve digitalizar 3 mil livros por dia. O mínimo estipulado para as outras 12 universidades envolvidas no projeto pode ser inferior, mas o número de editoras também envolvidas é superior. Portanto, uma estimativa discreta sugeriria que o Google digitalizaria pelo menos 10 milhões de livros por ano. O número total de livros existentes é calculado em 65 milhões.



"Lembranças" de quando líamos
E quanto a pequenos contos e poemas? Como são curtos, podem se adequar à nova mídia e dar certo na internet, sem a necessidade de serem impressos. Passageiros de ônibus indo para o trabalho poderiam receber seu haikai ou seu soneto diário por seus telefones celulares. Também poderia utilizar a nova mídia para se deleitar com poesia de uma maneira mais tradicional. "Os contos de histórias começaram como história oral", diz Adam Smith, diretor do projeto de livros do Google, "e portanto, uma volta parcial a essa forma seria natural."
Mas é improvável que mesmo as antologias de contos e poesia, assim como novelas, desapareçam. As pessoas querem ser conduzidas por outras. E também querem um tipo de mídia apropriado para ler sem pressa – na cama, na banheira ou na praia. Acima de tudo, querem o livro impresso na função do que lhes é revelado pela digitalização. Os livros não são, essencialmente, artefatos, nem necessariamente veículos para idéias. São, sim, como diz Seth Godin, "lembranças de como nos sentíamos" quando líamos alguma coisa. E isso é o tipo de coisa que muito provavelmente as pessoas continuarão comprando.

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