Decadência da Cultura de massa
Você já se imaginou indo ao shopping completamente nu? Situação extremamente engraçada e constrangedora, sobretudo se lembrarmos em que sociedade vivemos hoje. A exposição ao ridículo seria inevitável, e os comentários a respeito de sua sanidade, também.O mais engraçado desta situação totalmente hipotética e irreal é a sua verossimilhança com os tempos atuais. Seria assim que um jovem comum se sentiria ao entrar nesse mesmo shopping, sem uma marca famosa de roupa, sem um tênis da moda. Claro que, felizmente, ainda estou exagerando na comparação. Mas entre seus semelhantes, o jovem em questão se sentiria deslocado e discriminado. A partir desse raciocínio, uma pergunta vem à tona: a pessoa poderia ter o direito de escolher o que vestir, sem imposição de marcas ou modas, dando assim margem à sua manifestação individual? Em uma sociedade que primasse pelo indivíduo, certamente. Só que, na realidade, o que vemos é um mundo dominado pelo consumo, por uma avalanche de “modelos” e “padrões” contribuindo para uma homogeinação impraticável e extremamente nociva para a humanidade.Os efeitos dessa cultura de massa já podem ser vistas ao redor do globo. A falta de respeito com as diferenças, a busca pela perfeição, condição humanamente impossível, nos torna casa vez mais escravos de armadilhas publicitárias, revoluções tecnológicas e tudo mais que é usado para nos afastar da condição de seres críticos, pensantes e diferentes por natureza.O princípio da dominação a partir da popularização da cultura de massa é claramente evidenciada através da televisão. Agindo como meio de comunicação predominante, falsamente rotulado como democrático e considerado o maior formador de opinião, a televisão promove e acentua a cada dia o conceito de homogeinação das mais diversas camadas sociais, contribuindo para uma massa acéfala e idiotizada, facilmente manipulável por elites unicamente interessadas em explorar de todas as formas possíveis um mercado consumidor ávido por produtos e necessidades impostas de forma ditatorial e indiscriminada.A gravidade desse tema e a preocupação com as conseqüências que já acontecem e ainda acontecerão são discutidas em várias correntes ao redor do mundo. O consenso geral é que o mundo está as portas de um esgotamento. A própria natureza já começa a dar o seu recado, através da poluição evidenciada em nossos mares, desmatamentos de nossas matas, derretimento das calotas polares, tornando visível o aquecimento global. Todos esses crimes ambientais só comprovam o erro do consumo desenfreado, da exploração sem limites a qual estamos sendo submetidos.A grande pergunta que se faz a partir desses fatos e evidências é se existe alguma forma de reverter esse quadro pessimista e alarmante, uma vez que já estamos tão acostumados com esse modo de vida.A resposta se encontra no próprio mecanismo nocivo que nos imputa tanto mal. A televisão, a publicidade e as empresas responsáveis pela disseminação de padrões poderiam fazer o caminho inverso: o de reeducação das massas, resgate de valores anteriormente esquecidos, e a criação de uma consciência coletiva de preservação do meio ambiente.